terça-feira, 25 de maio de 2010

Pará repartido, um debate?


Giovanni Queiroz, deputado federal (PDT/PA), médico e pecuarista no sudeste do Pará, ex, prefeito de Conceição do Araguaia é o defensor mais ardoroso pela criação do estado de Carajás.

Queiroz, que é réu no STF, AP/476, por desacatar uma juíza em 1992, esteve ontem à noite defendendo a sua bandeira no auditório da Universidade da Amazônia (UNAMA).

O debate sobre a repartição do estado sempre vem à tona a cada pleito eleitoral. A paixão, em detrimento de uma base técnica, serve como plataforma dos alinhados.

Queiroz defende que em Goiás, Tocantins, Mato Grosso, tudo é mel após a divisão territorial. O mineiro parece desconhecer os índices de desenvolvimento de tais estados.

Zenaldo Coutinho (PSDB/PA), advogado, em oposição a Queiroz, argumenta que não é possível transferir experiências de outros estados para a realidade amazônica.
Lembrou os limites para ampliação da fronteira agrícola, por conta da reserva legal de 80%.

O parlamentar que é processado na Justiça Eleitoral, fez emenda que destina R$300 mil para a construção de nova sede do TRE.

A peleja pela realização do plebiscito para consultar a sociedade paraense encontra-se na Câmara Federal.

O debate no auditório foi marcado pela defesa emocional de ambas as partes.

Na paisagem do auditório, entre alunos e professores, o staff de Queiroz circulava com adesivos pela criação do estado de Carajás.

Parece que ninguém leu os dados do IPEA sobre a inviabilidade técnica da divisão territorial do país.

Mas, no jogo político, o que se enontra posto no palco e o oculto nos bastidores, indica que a cratera é mais embaixo.

1 comentários:

Anônimo disse...

Não só parece, como é verdade: quase ninguém leu o parecer do IPEA.

E outra: Giovanni juntou seu público de gabinete lá porque sabia que estaria em minoria.

Cá para nós, os debatedores foram eloquentes, mas faltou falar um pouco mais a fundo sobre algumas questões, principalmente econômicas.

Quando o deputado Giovanni Queiroz disse que os royalties da mineração e da UHE Tucuruí são "pouquinhos", foi impossível não rir dele.

Claro, são pouquinhos em comparação com o que lucram e com o que deveriam pagar - mas para o orçamento e PIB paraense, são altíssimos.