quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Belo Monte: 20 mil famílias devem ser remanejadas, caso o projeto seja aprovado

20 mil famílias devem ser remanejadas, caso o empreendimento da hidrelétrica de Belo Monte vingue. Informou Antônia Martins, militante da região do Xingu, ontem, 22, durante a entrevista coletiva na sede do Ministério Público Federal (MPF).

A defensora dos direitos humanos afirmou que os documentos apresentados nas audiências públicas não indicam uma solução para a questão.

Os tratados científicos atestam que o reassentamento das famílias é dos graves passivos do processo de instalação de grandes projetos hidrelétricos.

Caso não se equacione o assunto imediatamente, as famílias passam a viver uma via crucis na busca da solução do problema, onde nem o estado e nem os grupos empresariais arcam com as responsabilidades.

Outra questão no remanejamento é que na maioria das vezes o local para onde as famílias são remanejadas não garante as condições de reprodução social e econômica vividas no local de origem.

No plano da relação de vizinhança, laços de solidariedade e afinidade por parentesco ou compadrio são rompidos.

Cemitérios e florestas submergem. E tantas outras coisas nos planos materiais e simbólicos.

Mas, o jogo duro do interesse privado e econômico não alcança tais dimensões.
Como dantes, desde a carta de Caminha, ante os olhos dos colonizadores, soa que não passamos de uma representação do atraso.
Como se existisse apenas uma possiblidade de horizonte no mundo.

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