sábado, 11 de outubro de 2008

Pará- coisas de fé















É comum afirmar que o Círio de Nazaré é o natal do paraense. A celebração ocorre a cada segundo domingo do mês de outubro, em Belém e celebra a padroeira do estado, Nossa Senhora de Nazaré. Reuniões e novenas percorrem todo o mês.

A população se agita em manifestações de fé e festas pagãs. As casas se enfeitam e as pessoas costumam usar roupas novas. A economia se agita e a cidade se ilumina por todos os cantos.















Um rosário de romarias marítimas e terrestres diurnas e noturnas arrasta milhares de pessoas até a grande romaria da manhã de domingo, onde a imagem da Santa sai do bairro da Cidade Velha da Igreja Matriz para a Basílica de Nazaré.













Na noite de sexta feira o grupo de teatro da UFPA encena o auto do Círio no mesmo bairro onde a Santa sai na manhã de domingo. A apoteose é um carnaval. O grupo Palhaços Trovadores protagoniza a peça Patarrão, uma referência ao prato mais célebre da ceia do domingo nazareno, Pato no Tucupi que rivaliza com a Maniçoba a gula das famílias que se agrupam em torno da fé à Nazaré. Maniçoba é a feijoada do paraense.

O artesanato colorido em palmeira de Miriti expressa a religiosidade e o universo amazônico. Aves, barcos, pessoas, animais da fauna local são moldados a partir de facas afiadas em mãos habilidosas de pessoas no município de Abaetetuba, próximo a Belém.


A afluência de pessoas de vários cantos do país e do mundo acaba por agendar um cipoal de exposições de artes plásticas, fotografia e lançamento de livro. Na noite de sábado enquanto os devotos fazem o translado da imagem da Santa do Colégio Gentil para o bairro da Cidade Velha, no centro da cidade, no renomado Bar do Parque, ocorre a festa da Chiquita, animada por travestis.

O Bar do Parque é um coreto no Século XIX, fica próximo ao Teatro da Paz, erguido durante os dias de ouro do ciclo da borracha. A família Pinto administra o logradouro por várias gerações.

O boteco que é um dos cartões postais da cidade foi um aglutinador de artistas e políticos. Um caldo de manifestações de diferentes formas provoca uma pororoca de expressões de carinho à padroeira do Para, que alguns tratam na intimidade como Naza, Nazinha, Mãezinha, Nazarezinha.

FOTOS: R.Rocha e R. Almeida. As fotos iniciais são do translado da imagem de Nossa Sra. de Nazaré para a romaria fluvial que sai do bairro de Icoaraci, conhecido pelo pólo de produção de artesananto marajoara. A terceira é um vendedor de lembranças e as últimas são o artesanato de Miriti.










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